segunda-feira, julho 18, 2005

Anja Garbarek










Por motivos de força maior, no próximo dia 18 de Julho não estarei no Vidro Azul.

Smiling & Waving e Ballon Mood de Anja Garbarek encerrarão as crónicas Polaroid a 25 de Julho.

A ouvir:

Anja Garbarek

- Balloon Mood, RCA - 1996.
- Smiling & Waving, Virgin - 2001.

segunda-feira, julho 11, 2005

Vidro Azul Especial




























Esta semana, a segunda hora do Vidro Azul vai ter um formato diferente. O Ricardo Mariano, a Inês Patrão (Inter-Rail, Pop Dylan, Sunset Boulevard, etc) e eu vamos falar da passagem da nossa experiência como cronistas no programa.

No Vidro Azul (23:00-1:00) depois da meia noite.

Os meus cinco discos para o programa:

1. Anja Garbarek: Balloon Mood, RCA - 1996.
2. Regina Spektor: Songs, Sire - 2002.
3. Susanne Abbuehl: April, ECM - 2001.
4. Emilie Simon: La Marche de L'Empereur, Barclay - 2005.
5. Arild Andersen Quartet: Green Shading Into Blue, ECM - 1978.

segunda-feira, julho 04, 2005

Sidsel Endresen & Bugge Wesseltoft










Nesta Polaroid, o dueto norueguês Sidsel Endresen / Bugge Wesseltoft. Gravaram juntos três álbuns: Duplex Ride em 1998, Night Song em 1999 e Out Here, In There de 2002.

Sidsel Endresen tem efectuado uma carreira com notáveis interpretações vocais. Exemplo disso é o seu trabalho Merriwinkle de 2005 em que leva ao limite a espontaneidade demonstrada em gravações anteriores como Six Minutes Or So de Duplex Ride, Distances de Undertow ou ainda Survival Techniques de Out Here, In There.

Bugge Wesseltoft, o pianista, compositor e produtor que hoje mostramos a acompanhar Sidsel Endresen, tem tocado com um vasto número de estrelas internacionais do jazz, rock e também com DJ's, apresentando-se com diversas formações na Escandinávia, Europa e Estados Unidos. O jazz foi sem dúvida o seu território, tocando primeiro com Arild Andersen e Jan Garbarek em 1990 e depois com Terje Rypdal, Jon Eberson e Billy Cobham.

A norueguesa Sidsel Endresen emergiu como uma das mais notáveis vozes nõrdicas na década de 90 do jazz avant-garde editado pela ECM. Os álbuns Exile e I Write foram os primeiros passos de uma carreira difícil mas sólida.

Bugge Wesseltoft explorou sempre as fronteiras da música contemporânea atingindo sucesso com a sua série New Conceptions Of Jazz.

Duplex Ride de 1998 junta os dois artistas que se completam perfeitamente. Por vezes, sidsel canta sem acompanhamento para de seguida se ouvir o piano semi-atonal de forma abrupta, com resultado perfeito.

Wesseltoft foi influenciado pela música electrónica dos Kraftwerk e dos Tangerine Dream na década de 70. Todavia, tem percorrido diversos estilos musicais do deep house ao techno, do ambient ao jazz mais experimental ou purista. Fundou a sua própria editora, a Jazzland, onde inclui aquilo a que chama future jazz.

O estilo de Sidsel Endresen, frequentemente alinhado com Meredith Monk ou Laurie Andersen, casa perfeitamente com um Bugge irreverente à procura de novas sonoridades.

Boa audição.
Boa noite.

Alinhamento:

Sidsel Endresen & Bugge Wesseltoft

1. It's Snowing In My Piano
(It' Snowing In My Piano, Bugge Wesseltoft - Act 1998)
2. Names, Numbers
(Out Here, In There - Jazzland 2002)
3. Epilogue
(Duplex Ride - Act 1998)
4. Singles
(Duplex Ride - Act 1998)
5. Truth
(Out Here, In There - Jazzland 2002)

segunda-feira, junho 27, 2005

Emilie Simon - La Marche De L'Empereur










Na Polaroid desta semana, a menina Emilie Simon. Primeiro a cantar a capella e ao vivo no Zenith de Paris a 26 de Junho de 2003. Depois na versão acústica, também ao vivo, apresentada no Le Point des Artists na France Inter. Emilie Simon lançava assim "Désert" o maxi CD e depois o primeiro álbum, onde se incluia "Graines d'étoiles", um tema interpretado com Perry Blake.

Neste trabalho a singer song-writer e engenheira de som tratou de todos os detalhes no seu próprio estúdio. Emilie Simon, filha de um engenheiro de som que possuia um estúdio de gravação na cave da sua casa, no sul de França, nunca perdeu a hipótese de observar os visitantes, na maioria músicos de jazz, e cedo se apaixonou pelo bailado dos LEDs na mesa de mistura.

O último álbum de Emilie Simon, editado em 2005, é a banda sonora do documentário "La Marche de L'Empereur", realizado por Luc Jacquet, sobre a vida animal na Antártida. Aqui transparece a sensibilidade e sensualidade de Emilie Simon. Encontram-se as percussões finas e claras, um ambiente sonoro entre o folk, o indie e a pop electrónica francesa. Emilie canta agora em inglês, à procura também de novas fronteiras comerciais.

Boa audição.

Boa Noite.

Alinhamento:

Emilie Simon

1. Désert (a capella; Le Zénith de Paris - 26.6.2003)
2. Désert (versão acústica; Le Point des Artists - France Inter)
3. Baby Penguins (La Marche de L'Empereur, OST, Barclay 2005)
4. The Frozen World (La Marche de L'Empereur, OST, Barclay 2005)
5. Aurora Australis (La Marche de L'Empereur, OST, Barclay 2005)
6. To The Dancers On The Ice (La Marche de L'Empereur, OST, Barclay 2005)

segunda-feira, junho 20, 2005

Jan Garbarek: In a Praise of Dreams










A Polaroid de hoje é dedicada a Jan Garbarek.

Garbarek nasceu em 1947 em Mysen na Noruega e decidiu tocar saxofone depois de ouvir "Countdown" de John Coltrane na rádio. Tinha então 14 anos e um ano depois, em 1962, vencia uma competição amadora na Noruega. Depressa se tornou profissional formando um quarteto com Jon Christensen, Terje Rypdal e Arild Andersen.

Em 1968 representou a Noruega no festival da European Broadcasting Union interpretando uma versão de "Naima" de John Coltrane.

Gravou em 1969 "Esoteric Circle" para a etiqueta Freedom e em 1971 entrava, pela mão de Manfred Eicher, para a ECM. Tinha então 24 anos e apresentava um jazz melódico, atmosférico, com menos emoçao mas sem perder a intensidade.

Na década de 80 Garbarek tocaria com Eberhard Weber, Bill Frisell e John Abercrombie, mas também com Don Cherry, Chick Corea, David Torn e George Russel.

Veio a interessar-se pelos sons exóticos e tropicais tocando com Nana Vasconcelos.

Em 1984, o interesse pela pela música folk e as sonoridades de raíz étnica variada fizeram com que gravasse com Ravi Shankar o álbum "Song for Everyone". Em 1991, na companhia de Agnes Buen Garnas, gravou "Rosensfole", um trabalho sobre músicas medievais norueguesas. Em 1992, com músicos do Paquistão e Nusrat Fateh Ali Khan concebia o álbum "Ragas & Sagas".

Além das inúmeras colaborações dispersas, Garbarek tocou ainda com o Hilliard Ensemble daí resultando "Officium" de 1994 e "Mnemosyne" de 1999.

O último trabalho de Garbarek foi editado em 2004: "In a Praise of Dreams".

Boa audição.
Boa Noite.

Alinhamento:

Jan Garbarek

1. If You Go Far Enough
(Jan Garbarek, Kim Kashkashian e Manu Katché: In a Praise of Dreams, ECM 2004)
2. My Song
(Keith Jarrett, Jan Garbarek, Palle Danielsson e Jon Christensen: My Song, ECM 1979)
3. Eventyr
(Jan Garbarek, John Abercrombie e Nana Vasconcelos: Eventyr, ECM 1984)
4. Soria Maria
(Jan Garbarek, John Abercrombie e Nana Vasconcelos: Eventyr, ECM 1984)
5. In a Praise of Dreams
(Jan Garbarek, Kim Kashkashian e Manu Katché: In a Praise of Dreams, ECM 2004)

segunda-feira, junho 13, 2005

Bernardo Sassetti: Indigo










Polaroid de hoje para Bernardo Sassetti ainda a preto e branco na capa do seu último trabalho a solo "Indigo", de 2004.

Bernardo Sassetti nasceu em Lisboa em Junho de 1970. Iniciou os seus estudos de piano clássico aos nove anos com a professora Maria Fernanda Costa e, mais tarde, com o professor António Menéres Barbosa, tendo frequentado também a Academia dos Amadores de Música. Dedicou-se depois ao Jazz, estudando com Zé Eduardo, Horace Parlan e Sir Roland Hanna. Em 1988, começou a tocar profissionalmente em concertos e clubes locais com o quarteto de Carlos Martins e o Moreiras Jazztet, e também com músicos como Al Grey, John Stubblefield, Frank Lacy e Andy Sheppard. Desde então tem tocado por todo o mundo ao lado de nomes como Art Farmer, Freddie Hubbard, Benny Golson, Charles McPherson e Steve Nelson, integrado na United Nations Orchestra ou no quinteto de Guy Barker com o qual gravou o CD "Into the Blue", nomeado para os Mercury Awards de 1995 na categoria dos 10 melhores álbuns do ano.

Ao longo da sua carreira, Bernardo Sassetti tem revelado uma enorme versatilidade, destacando-se como intérprete, improvisador e compositor. Bernardo Sassetti tem-se apresentando a solo, em duo de pianos ou, em Trio com piano, contrabaixo e bateria. Indiscutivelmente um dos grandes pianistas portugueses, Bernardo Sassetti, impressiona pelo seu brilhantismo e desenvoltura rítmica e harmónica.

Enquanto compositor Bernardo Sassetti tem marcado forte presença no cinema, tendo escrito a música de diversos filmes, entre os quais se contam “Maria do Mar”, de Leitão de Barros, “Facas e Anjos“, de Eduardo Guedes, “Aniversário”, de Mário Barroso, e ”O Segredo”, de Leandro Ferreira. O seu nome está ainda associado às curtas-metragens “As Terças da Bailarina Gorda”, de Jeanne Waltz, e “Summer Moments”, de Rita Ferreira. Como solista, participou no filme “Pax”, de Eduardo Guedes, e na curta-metragem “Bloodcount”, de Bernard McLoughlan. Tomou parte igualmente em “O Talentoso Mr Ripley”, de Anthony Minguella, para o qual gravou “My Funny Valentine”, com Matt Damon, “Tu Vuo’ Fa L’Americano”, com Matt Damon, Jude Law e Fiorello, e “You Don´t Know What Love Is”, com o cantor escocês John Martyn. Compôs igualmente, em parceria com o trompetista Guy Barker, uma série de temas para serem apresentados na Premiére deste filme realizada em Los Angeles, Nova Iorque, Chicago, Berlim, Paris, Londres e Roma.

Nos seus trabalhos discográficos como líder, (Salsetti, de 1994, e Mundos, de 1996, bem como nas suas Suites Ecos de África, Sons do Brasil e Suite Ibérica), Bernardo Sassetti tem evidenciado aptidões de impecável intérprete, improvisador, compositor, arranjador e chefe de orquestra, para além de um grande sentido de comunicação com o público, como provam as suas apresentações a solo, em duo de pianos com Mário Laginha, ou em Trio - com Carlos Barreto e Alexandre Frazão. O seu CD “Nocturno” lançado pela editora Clean Feed em 2002 foi distinguido com o 1º prémio Carlos Paredes.

De entre os muitos discos gravados em colaborações podem destacar-se os efectuados com Conrad Herwing e o Trio de Bernardo Sassetti - "ao vivo no guimarães jazz"; com a Orquestra Cubana Sierra Maestra - "dundumbanza" e "tibiri tabara"; Carlos Barreto – nos álbuns "impressões" e "olhar"; Carlos Martins com Cindy Blackman em "Passagem"; Luis Represas e "Cumplicidades"; Guy Barker - "Into The Blue", "Timeswing" e "What love is"; Tetvocal em "Desafinados"; Djurumani - "Reencontro" e Andy Hamilton em "Jamaica by Night", entre muitos outros.

A encerrar a Polaroid de hoje, "Petit Pays", uma composição do cabo-verdiano Nando da Cruz, também gravada com a voz de Cesária Évora, aqui interpretada ao piano por Bernardo Sassetti a solo.

Nova Polaroid na próxima semana.

Até lá, boa audição.
Boa Noite.

Alinhamento:

Bernardo Sassetti - Indigo (Clean Feed 2004)

1. Indigo (Bernardo Sassetti)
2. Inquietude (Bernardo Sassetti)
3. My Funny Valentine (Richard Rodgers e Lorenz Hart)
4. Petit Pays (Nando da Cruz)

segunda-feira, junho 06, 2005

Yann Tiersen: Les Retrouvailles










Yann Tiersen, mais popular depois das suas bandas sonoras para "O Fabuloso Destino de Amélie Poulain" e "Good Bye Lenin", edita agora um trabalho na linha de "Le Phare" de 1998. Este disco conta com os solos de piano e as valsas lentas tão características de Tiersen e reuniu também as vozes notáveis de Elisabeth Fraser dos Cocteau Twins, Stuart Staples dos Tindersticks, Jane Birkin, Dominique A e Christophe Miossec.

A edição deste disco inclui um filme de animação, "Le Train", e é acompanhada ainda pelo lançamento de um DVD realizado pela jovem Aurélie du Boys que contém uma espécie de Making of do álbum "Les Retrouvailles", gravado na ilha d'Ouessant na Bretanha onde Tiersen se isolou completamente para fazer este disco.

Yann Tiersen volta ainda este ano a Portugal: 20 de Dezembro no CCB em Lisboa e 21 na Casa das Artes em Famalicão são as datas anunciadas.


Alinhamento:

Yann Tiersen - Les Retrouvailles (Virgin 2005)

1. A Ceux Qui Sont Malades Par Mer Calme (instrumental)
2. Plus d'Hiver (com Jane Birkin)
3. A Secret Place (com Stuart Staples - Tindersticks)
4. Le Matin (instrumental)
5. Le Jour de l'Ouverture (com Christophe Miossec e Dominique A)